quinta-feira, 16 de julho de 2015

NOVAS TECNOLOGIAS NO ENSINO DA EJA (Educação de Jovens e Adultos)

Ao longo do tempo, o avanço econômico e tecnológico passou a exigir mão-de-obra cada vez mais qualificada e alfabetizada, com isso várias medidas políticas e pedagógicas foram sendo adotadas, tais como: a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), o Movimento MOBRAL, o Ensino Supletivo, a Educação de Jovens e Adultos (EJA), da qual iremos tratar nesse trabalho.

Com essas medidas também vieram as tendências tecnológicas, cada vez mais exigidas no campo de trabalho, com isso a inserção dessas novas tecnologias se tornam cada vez mais presentes na educação de jovens e adultos, e como o objetivo da EJA é exatamente alfabetizar e qualificar esses alunos para que possam se integrar nas exigências que o universo do trabalho requer.

Sabe-se que educar é muito mais que reunir pessoas numa sala de aula e transmitir-lhes um conteúdo pronto. É papel do professor, especialmente do professor que atua na EJA, compreender melhor o aluno e sua realidade diária. Enfim, é acreditar nas possibilidades do ser humano, buscando seu crescimento pessoal e profissional.
 A história da EJA no Brasil está muito ligada a Paulo Freire. O Sistema Paulo Freire, desenvolvido na década de 60, com ele ocorreu uma mudança no paradigma teórico-pedagógico sobre a EJA, e com o sucesso da experiência, passou a ser conhecido em todo País, sendo praticado por diversos grupos de cultura popular. A proposta de Paulo Freire baseia-se na realidade do educando, levando-se em conta suas experiências, suas opiniões e sua história de vida. Esses dados devem ser organizados pelo educador, a fim de que as informações fornecidas por ele, o conteúdo preparado para as aulas, a metodologia e o material utilizados sejam compatíveis e adequados às realidades presentes

Para (Freire, 2002, p. 58) a relação professor-aluno deve ser:

Para ser um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda, entre educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. Aquela em que os sujeitos do ato de conhecer (educador-educando; educando-educador) se encontram mediatizados pelo objeto a ser conhecido. Nesta perspectiva, portanto, os alunos assumem, desde o começo mesmo da ação, o papel de sujeitos criadores. Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e sobre o profundo significado da linguagem.

Com o passar dos anos, novas tecnologias foram criadas exigindo mão-de-obra cada vez mais qualificada, com o crescimento social, a mudança econômica e o avanço tecnológico, as pessoas se sentem obrigadas a procurar a escola na tentativa de conseguir um emprego, melhorar seu padrão de vida ou manter-se atualizado . As mudanças ocorridas no mercado de trabalho, vêm exigindo mais conhecimentos e habilidades das pessoas, assim como certificados de maior escolarização, obrigando-as a voltar à escola básica, como jovem, ou já depois de adultas, para aprender um pouco mais ou para conseguir um diploma. Essa realidade tem sido responsável pela criação de diversos projetos voltados para a alfabetização e educação de jovens e adultos.

  
Para que aumentem as possibilidades individuais de educação, e para que se tornem universais, é necessário que mude o ponto de vista dominante sobre o valor do homem na sociedade, o que só ocorrerá pela mudança de valoração atribuída ao trabalho. Quando o trabalho manual deixar de ser um estigma e se converter em simples diferenciação do trabalho social geral, a educação institucionalizada perderá o caráter de privilégio e será um direito concretamente igual para todos (Pinto, 2000, p.37).

 E é onde entram os projetos voltados às novas tecnologias, os quais lançam os alunos da EJA ao modernismo virtual que cerca os locais de trabalho mais e mais. Muitos jovens se sentem diminuídos perante outros jovens que dominam a informática, principalmente no trabalho, sem contar a evasão escolar que se dá por não poderem ou dispuserem de tempo ou oportunidade para cursarem o ensino regular na idade correta, assim procuram na EJA uma oportunidade de alcançar seus colegas, e para isso o ensino da EJA deve estar em sintonia e adequação à modernidade e realidade social, oferecendo também cursos e atividades coerentes à proposta do ensino supletivo, que é o de emergir os alunos que por um motivo ou outro, vêm cursar a EJA.
A importância de introduzir as novas tecnologias à Educação de Jovens e Adultos, não só aos jovens, 
mais também aos adultos que procuram resgatar o tempo que perderam e se vêm obrigados a obterem um diploma para se manter no mercado exigente de trabalho, tem como objetivo maior, exatamente promover a igualdade social do indivíduo.
                               A necessidade de ampliar a utilização dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, a potencialidade do uso do computador como ferramenta de aprendizagem para a educação desses jovens e adultos faz com que nós, enquanto educadores, pensemos em uma nova modalidade de ensino, voltada às novas tecnologias, tendo como objeto de ensino o uso das tecnologias e o uso concomitante dessas tecnologias com o ensino básico direcionado à alunos que procuram a EJA. Assim, procuramos compreender a tecnologia digital como mecanismo de comunicação voltada ao aprendizado e à necessidade do ingresso ao mercado de trabalho.


Por :Tatiane Oliveira



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