Ao
longo do tempo, o avanço econômico e tecnológico passou a exigir mão-de-obra
cada vez mais qualificada e alfabetizada, com isso várias medidas políticas e
pedagógicas foram sendo adotadas, tais como: a Campanha de Educação de
Adolescentes e Adultos (CEAA), a Campanha Nacional de Erradicação do
Analfabetismo (CNEA), o Movimento MOBRAL, o Ensino Supletivo, a Educação de
Jovens e Adultos (EJA), da qual iremos tratar nesse trabalho.
Com
essas medidas também vieram as tendências tecnológicas, cada vez mais exigidas
no campo de trabalho, com isso a inserção dessas novas tecnologias se tornam
cada vez mais presentes na educação de jovens e adultos, e como o objetivo da
EJA é exatamente alfabetizar e qualificar esses alunos para que possam se
integrar nas exigências que o universo do trabalho requer.
Sabe-se
que educar é muito mais que reunir pessoas numa sala de aula e transmitir-lhes
um conteúdo pronto. É papel do professor, especialmente do professor que atua
na EJA, compreender melhor o aluno e sua realidade diária. Enfim, é acreditar
nas possibilidades do ser humano, buscando seu crescimento pessoal e
profissional.
A história da EJA no Brasil está muito ligada
a Paulo Freire. O Sistema Paulo Freire, desenvolvido na década de 60, com ele
ocorreu uma mudança no paradigma teórico-pedagógico sobre a EJA, e com o
sucesso da experiência, passou a ser conhecido em todo País, sendo praticado
por diversos grupos de cultura popular. A proposta de Paulo Freire baseia-se na
realidade do educando, levando-se em conta suas experiências, suas opiniões e
sua história de vida. Esses dados devem ser organizados pelo educador, a fim de
que as informações fornecidas por ele, o conteúdo preparado para as aulas, a
metodologia e o material utilizados sejam compatíveis e adequados às realidades
presentes
Para
(Freire, 2002, p. 58) a relação professor-aluno deve ser:
Para ser
um ato de conhecimento o processo de alfabetização de adultos demanda, entre
educadores e educandos, uma relação de autêntico diálogo. Aquela em que os
sujeitos do ato de conhecer (educador-educando; educando-educador) se encontram
mediatizados pelo objeto a ser conhecido. Nesta perspectiva, portanto, os
alunos assumem, desde o começo mesmo da ação, o papel de sujeitos criadores.
Aprender a ler e escrever já não é, pois, memorizar sílabas, palavras ou
frases, mas refletir criticamente sobre o próprio processo de ler e escrever e
sobre o profundo significado da linguagem.
Com
o passar dos anos, novas tecnologias foram criadas exigindo mão-de-obra cada
vez mais qualificada, com o crescimento social, a mudança econômica e o avanço
tecnológico, as pessoas se sentem obrigadas a procurar a escola na tentativa de
conseguir um emprego, melhorar seu padrão de vida ou manter-se atualizado . As
mudanças ocorridas no mercado de trabalho, vêm exigindo mais conhecimentos e
habilidades das pessoas, assim como certificados de maior escolarização,
obrigando-as a voltar à escola básica, como jovem, ou já depois de adultas,
para aprender um pouco mais ou para conseguir um diploma. Essa realidade tem
sido responsável pela criação de diversos projetos voltados para a
alfabetização e educação de jovens e adultos.
Para que
aumentem as possibilidades individuais de educação, e para que se tornem
universais, é necessário que mude o ponto de vista dominante sobre o valor do
homem na sociedade, o que só ocorrerá pela mudança de valoração atribuída ao
trabalho. Quando o trabalho manual deixar de ser um estigma e se converter em
simples diferenciação do trabalho social geral, a educação institucionalizada
perderá o caráter de privilégio e será um direito concretamente igual para
todos (Pinto, 2000, p.37).
A importância de introduzir as novas tecnologias à Educação
de Jovens e Adultos, não só aos jovens,
mais também aos adultos que procuram
resgatar o tempo que perderam e se vêm obrigados a obterem um diploma para se
manter no mercado exigente de trabalho, tem como objetivo maior, exatamente
promover a igualdade social do indivíduo.
A necessidade de ampliar a utilização
dos recursos tecnológicos na educação de jovens e adultos, a potencialidade do
uso do computador como ferramenta de aprendizagem para a educação desses jovens
e adultos faz com que nós, enquanto educadores, pensemos em uma nova modalidade
de ensino, voltada às novas tecnologias, tendo como objeto de ensino o uso das
tecnologias e o uso concomitante dessas tecnologias com o ensino básico direcionado
à alunos que procuram a EJA. Assim, procuramos compreender a tecnologia digital
como mecanismo de comunicação voltada ao aprendizado e à necessidade do
ingresso ao mercado de trabalho.
Por :Tatiane Oliveira
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